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Foto do escritorRafael Telles

Além dos sentidos

Quem nunca ouviu a celebre frase atribuída a Shakespeare, “o amor é cego”? Usamos essa expressão com frequência para justificar que deixamos de ver diversas características da pessoa amada que poderiam vir a impedir esse amor. Quando amamos, fechamos os olhos e nos conectamos apenas ao essencial, ao que nutre esse sentimento que nos faz tão bem. Na verdade, todos nós somos essencialmente assim, cegos de amor, mas com o tempo passamos a nos preocupar muito mais com o que os outros vão pensar; e desse ponto em diante passamos a enxergar a vida com os olhos da censura alheia. Normalmente é na adolescência em que isso acontece, quando nos guiamos pela aceitação de um grupo.


O filme HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO, um clássico nacional disponível na @netflixbrasil, é uma metáfora perfeita para isso, além, é claro, de ser um ótimo exemplar de representatividade para além das questões de sexualidade. A trama conta sobre Leo, um garoto cego que se vê descobrindo quem realmente é, seus gostos, seus desejos, suas aspirações reais; para alguém que sempre foi cego, é difícil enxergar a vida por si só; é nessa ânsia de ser livre, que surge Gabriel, um novo melhor amigo que, aos poucos, irá se revelando muito mais do que isso.


O filme retrata o despertar do desejo homossexual com naturalidade e muita calma, a obra conta ainda com a importante presença da Gi, até então melhor e única amiga do Leo, que nutre por ele uma paixão e não sabe como expressar, e que com a chegada do novato, teme perder seu posto tanto de melhor amiga como de possível namorada. Essa é uma produção repleta de sentimentos genuínos dessa fase tão rica da vida. Nos tornamos quem somos hoje por conta das nossas frustações e aprendizados da adolescência. É a fase da vida em que nos sentimos donos do mundo e com coragem de experenciar cada gostinho que viver pode nos oferecer.


HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO não precisa de vilões, não requer cenas de sexo, dispensa grandes dramas e reviravoltas, esse é apenas um recorte de uma fase comum a todos nós; de um tempo em que fechamos os olhos e pedalamos bem rápido para simplesmente sentir o vento no rosto e a sensação de estarmos vivos! O amor faz isso. 🥰

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